quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Em Busca Dela, Que se Vestia de Talvez

Passava suspenso, correndo ao andar, andando de supetão em supetão. Mas teve que olhar uma rachadura verde, brotando um pequeno fio estirado de musgos que espichavam um mundo escondido para fora de uma parede de fábrica. Galpão marrom, grande, fechado, lá dentro um pisar de máquinas revezando seus barulhos. Atravessou nova rua com o aconchego daquela imagem de musgos na frente de seu olhar. Quando a rua fez curva, ia explodir de mágica pronto a vê-la. Mas não estava lá. Avistou um cruzamento à frente. Sabia que ela tinha virado à esquerda na rua do posto. Sabia porque sentia. Já não havia reforço de seu perfume no ar, mas ainda conservava a memória de alguns minutos atrás, quando seu cheiro tinha entrado íntimo em seu nariz.

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