Muitas vezes os grupos organizados em partidos, organizações burocráticas de esquerda (ou de esquerda burocrática) reivindicam para si a totalidade da revolução. E, no entanto, talvez os pequenos grupos minoritários das revoluções moleculares estejam fazendo muito mais pela revolução do que aqueles. Estes pequenos por vezes não são considerados pertinentes pelos grupos explicitamente revolucionários, que se outorgam o modelo de como ser revolucionário de forma acachapante e homogeneizante. No entanto, os “pequenos” às vezes causam muito mais rachaduras no capitalismo do que aqueles que esperam o “grande dia” sem perceber o valor das pequenas subversões de grande impacto (pequenos, pequenos, pequenos).
Respeitar as singularidades. Horizontalizar as relações – ao invés de ficar formando quadros hierárquicos (Por saberes? Por liderança? Por carisma? Por experiência partidária?) que reproduzem, e pior, reforçam o modelo de hierarquizações capitalista.
É por isso que a revolução também precisa acontecer nos níveis moleculares (escolas, rádios, veículos de comunicação, ciências, grupos minoritários, cotidiano, hospitais, mentalidades, família etc.). Caso contrário, mesmo os mais esquerdistas não farão senão reproduzir o vírus capitalista em uma estrutura chamada socialista. E esse vírus pode fazer com que a sociedade socialista reivindicada (e construída) seja tão doente quanto o capitalismo. E, ironicamente, doente pela contaminação do vírus capitalista, adquirido do corpo moribundo do capitalismo que lhe inoculou nos níveis moleculares e ao qual os grupos revolucionários de esquerda não se preocuparam em exterminar – por acharem que não fazia parte das preocupações mais fundamentais e urgentes da revolução; enfim, por acharem que eram questões menores e pós-modernas (o velho vício de confrontar um argumento, não com outro argumento, mas com um rótulo acachapante e desqualificador)...
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Um comentário:
Adorei!
Temos que ficar em vigia constante para não ficarmos simplesmente reproduzindo as coisas, n é? Aí, é o q falamos lá na praia ... crítica e autocrítica ... aí o coletivo para se for preciso, te dar um cutucão, aí a necessidade de se ir tentando ser essa nova humanidade em todas as instâncias. Sozinho é difícil demais, por isso a Rosa me ajuda, rs.
Até a vitória!
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