segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Movimento da História, História do Movimento

Chicote nas costas, peso de montanhas férreas. E o vazio que se expande numa tela.

A tela vai chupando chapéus, sapatos, camisa, cinto, engole o vento. Quando cospe de volta, o mundo ficou redondo e pequeno, observável.

À puta que pariu chefes e chefas. À puta que pariu bocas cheias de certezas. À puta que pariu gestos civilizados que tanto temos. Tenho.

"Obedece quem tem juízo", dizem. "Desobedece quem tem vida", dizemos.

"Quem tem cu, tem medo", dizem. "Quem tem mão, estende", dizemos.

"Faça isso você", dizem. "Façamos nós", dizemos.

Nosso sol nasce empurrado todas as manhãs, sob a força de mãos generosas, unidas. É por isso que o sol nasce, nascido de gestos tão concretos quanto delicados. Nascerá.

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